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04.11.24

Importância da escrita à mão na educação de crianças e jovens em tempos digitais

Orientadora educacional no Colégio Antônio Vieira, a psicopedagoga Josana Baqueiro faz alerta sobre excesso de digitação

Importância da escrita à mão na educação de crianças e jovens em tempos digitais

Para muito além de novas “abreviaturas”, em grande parte comprometendo a ortografia, o uso excessivo da digitação por crianças e jovens nos tempos contemporâneos tão digitais pode trazer impactos negativos no desenvolvimento de diversas habilidades, que deixam ser ativadas junto ao cérebro. É o que alerta a psicopedagoga Josana Baqueiro. Especialista em Neuropsicologia e Educação Infantil, ela é orientadora educacional no Colégio Antônio Vieira. Veja o artigo! 

Importância da escrita à mão na educação de crianças e jovens em tempos digitais

Por Josana Baqueiro, pedagoga, psicopedagoga, especialista em Neuropsicologia e Educação Infantil, coordenadora acadêmica  de cursos de pós-graduação, atuando como orientadora educacional no Colégio Antônio Vieira.

Muito tem se discutido e debatido sobre o uso cada vez maior da tecnologia digital, em especial o celular, por crianças e jovens. Esse debate entre médicos, especialistas em desenvolvimento humano e famílias tem trazido à tona muitos questionamentos e inquietações.

Vemos, cotidianamente, crianças bem pequenas já fazendo uso de telas, legitimado pelas famílias. Algo que já se tornou bem natural, sendo que muitas já portam seus próprios celulares.

Assim, em meio a esse cenário, as discussões sobre o uso excessivo da tecnologia digital, tomam vulto nas escolas de todo o mundo. Equipes pedagógicas, educadores e especialistas em aprendizagem e desenvolvimento humano têm sinalizado para as consequências do uso de celulares, em especial, nas salas de aula.

ESCREVER À MÃO

Uma dessas consequências é que nossas crianças e jovens estão, cada vez mais, deixando de escrever à mão. Isso é muito preocupante, pois sabemos da importância da escrita à mão no desenvolvimento de várias habilidades dos nossos estudantes. É a partir da prática e do hábito de escrever que se desenvolve, dentre outras habilidades, o vocabulário, a comunicação e conhecem a estrutura da nossa língua.

Um ponto que tem chamado a atenção dos educadores de modo geral são as mais recentes pesquisas sobre o cérebro humano. Escrever, na verdade, é um processo complexo que envolve diretamente o cérebro. Ao escrever à mão são ativadas regiões cerebrais ligadas à área da linguagem, da memória e do raciocínio.

Existe uma pesquisa na Noruega sobre a influência da escrita à mão no desenvolvimento cognitivo. Além disso, a escrita à mão trabalha diretamente a coordenação motora fina. E é exatamente nesse aspecto, da coordenação motora fina, que nos diferenciamos dos outros animais. Só o homem tem condições de trabalhar com os dois dedos em forma de pinça (indicador e polegar). Isso nos diferencia dos outros animais.

Infelizmente, ao escrever digitando em um teclado, as áreas cerebrais ativadas pela escrita à mão não são ativadas. Se prestarmos atenção, os movimentos que os dedos realizam para escrever digitando em um teclado são os mesmos para qualquer letra. Dessa forma, as crianças estão se afastando cada vez mais de desenvolverem habilidades cruciais para ampliar o seu potencial acadêmico e importantes funções executivas.

DISPERSÃO E EFEITO SOCIAL 

A discussão do uso ou não dos aparelhos digitais em sala de aula é importante e crucial, pois está levando em consideração a necessidade das nossas crianças e jovens desenvolverem habilidades inerentes ao ser humano. Principalmente na infância e adolescência, etapa ímpar no crescimento e expansão das sinapses cerebrais.

Fora a questão da escrita, o uso excessivo das telas tem gerado nos nossos estudantes dispersão nas salas de aula, dificuldade em focar, se afastam do hábito de ler, pesquisar e, principalmente, do convívio direto com seus pares, seja brincando, conversando e interagindo.

Necessário se faz que famílias e escola se unam cada vez mais, no sentido de orientar nossos estudantes, crianças e jovens, a moderarem o uso das telas. Vale ressaltar a importância de, também, dar sentido ao ato de ler para que possam crescer como indivíduos críticos e reflexivos, atuando autonomamente na construção da cidadania.

Imagens: Secom/CAV,
Pngtree e historiadasartes.com

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