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A sétima edição da VII ONU Colegial do Colégio Antônio Vieira, em Salvador, já começa entrando para a história: foi a primeira vez que o evento, iniciado nesta quarta-feira (25), teve solenidade de abertura no Salão Anísio Teixeira, e não na Sala de Arte Sálua Chequer, como nas edições anteriores. Também, pela primeira vez, o evento não foi realizado nos meses de agosto ou setembro para ocorrer na última semana do ano letivo, já no finalzinho de novembro, estendendo-se até o dia 28. A mudança de data, entretanto, não desmobilizou os estudantes. Ao contrário: a edição é marcada por uma quantidade inédita de mais de 300 interessados no projeto, o que levou a comissão organizadora e secretariado a outra decisão histórica: instaurar, pela primeira vez, um sexto comitê, o Disec. 

O Comitê de Desarmamento e Segurança Internacional (Disec) estreia, assim, na simulação de conferências das Nações Unidas, que é realizada por estudantes do Vieira, como parte de um projeto internacional adotado, no Brasil, pela Rede Jesuíta de Educação (RJE). A “Guerra do Vietnã: A escalada do conflito e o impacto da influência externa nas ofensivas militares de unificação” é o tema do Disec na edição. Os outros cinco comitês também debatem temas de grande relevância entre os conflitos históricos mundiais e nacionais.  

São eles: Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), que vai tratar do tema “Guerra Civil no Sudão e o silenciamento de uma crise humanitária”; Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), com tema “Tensão e soberania: o Mar do Sul da China e a ilha de Taiwan”; Conselho de Direitos Humanos (CDH) e o tema “Guerra Civil Síria em 2016: A violação sistemática dos direitos humanos e soberania do povo sírio”; Conselho de Segurança Histórico (CSH), debatendo “A Guerra de Kosovo: os conflitos étnico-territoriais e o direito de autodeterminação”; e, nacionalmente, a Câmara dos Deputados do Brasil, com discussões acerca da “Crise no sistema prisional brasileiro: o massacre de Carandiru e o projeto de anistia”.

DA REFLEXÃO À AÇÃO

“Uma simulação que nos convida a refletir, de maneira séria e concreta, sobre questões globais que dizem respeito a todos nós e nos convidam a nos posicionarmos criticamente ante as situações propostas”, declarou, na solenidade de abertura do evento, o diretor-geral do Vieira, professor Sérgio Silveira. Ele ainda destacou como o evento alinha-se, a cada nova edição, à proposta formativa do colégio. “A Pedagogia Inaciana, que orienta o nosso projeto pedagógico, propõe um modelo de educação que forme o estudante integralmente, capaz de compreender a si mesmo e a realidade que o cerca, em um mundo complexo e em constante mudanças, para que o jovem tenha consciência dos processos que constituem a vida em sociedade, tornando-se capaz de questioná-la e modificá-la”. 

Prof. Sérgio ainda parabenizou os estudantes por terem transformado a VII ONU Colegial, a primeira de sua gestão à frente da direção do Vieira, como um marco histórico. “Aquilo que, a princípio, parecia um empecilho, como a mudança de data [devido, entre outros fatores, à realização da ONU Intercolegial, sediada este ano no Vieira], acabou por demonstrar, ainda mais, a força, a disposição, o desejo e o carinho de todos vocês por esse projeto, fortalecendo o reconhecimento de que precisamos de todos juntos para alcançar nossos objetivos, com o olhar voltado para o todo, e não apenas para partes”, disse, parabenizando os estudantes pelo empenho para o sucesso da edição. “Que esta experiência fortaleça a certeza de que, com empatia, solidariedade e compreensão, somos capazes de construir pontes”, afirmou. Além dele, o diretor acadêmico, professor Anderson Rafael Souza; e o assistente espiritual, padre Emmanuel Araújo SJ, que também é membro do Conselho Diretivo, participaram da solenidade, transmitida ao vivo pelo canal Vieira TV, no YouTube. 

Coordenadora de Assuntos Estratégicos da VII ONU Colegial, a professora Léa Pontes destacou o protagonismo dos estudantes e as habilidades desenvolvidas: “Um projeto que trabalha a autonomia, o desenvolvimento da oralidade, o exercício do discurso argumentativo, a solidariedade, a capacidade de escuta, resiliência, criatividade, empatia, organização do pensamento e a análise crítica dos temas do tempo presente contemporâneo”, salientou. “No Vieira, educamos por refração, valorizando a aprendizagem indireta, ou seja, aquela na qual o conhecimento não é transmitido de forma linear, mas refletido por meio de situações que estimulam o pensamento crítico, a criatividade e a construção ativa do saber pelo aprendiz”, disse a orientadora acadêmica do projeto, professora Gigi Albuquerque, reconhecendo as múltiplas aprendizagens reveladas pelos estudantes, nas etapas preparatórias do evento. 

SESSÕES MARCANTES  

Os diretores de mesa, e também das equipes de imprensa e staff, proferiram em seus discursos palavras de estímulo aos demais estudantes que atuam na simulação, como delegados dos países ou profissionais responsáveis pela cobertura jornalística ou de apoio logístico. Afinal, após meses de entrevistas, pesquisa, treinamentos, reuniões on-line, mocks, os alunos e ex-alunos vieirenses mostraram, ao longo do processo, que estão dispostos e prontos a tornar referência uma edição que já nasce histórica. “Usem tudo o que aprenderam até aqui para achar soluções para os problemas que estarão debatendo, sempre partindo da diplomacia e do respeito como ferramentas cruciais, porque é daqui que podem surgir ideias capazes de impactar o mundo real”, declarou a diretora de mesa do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), a estudante Alex Leony. “Vocês são mais que protagonistas deste projeto, vocês são potências!”, completou Ian do Rosário, diretor do Staff. 

Este ano, a VII ONU Colegial do Vieira conta com a participação de membros externos: Colégio Integral, Sesi Djalma Pessoa e Sesi Reitor Calmon, destacados no discurso dos secretários-gerais, os ex-alunos vieirenses Iasmin Teixeira e Bernardo Palma, pouco antes de bateram o martelo, abrindo oficialmente o evento na quarta-feira (25). “Enquanto secretários, sempre tivemos como motivação proporcionar uma experiência ímpar de unificação do acadêmico com o crescimento pessoal”, disse Iasmin. “Esperamos que vocês possam imergir e se desafiar nesse mundo de diplomacia e resolução de conflitos, perpetuando, assim, a cultura de simulação: para além dos objetivos centrais do projeto, um desempenho extraordinário constante”, concluiu Bernardo Palma. 

Veja mais fotos da abertura da VII ONU Colegial do Vieira e primeiras sessões!

Imagens: Secom/CAV.