Aberto com leitura crítica, Movimento Direitos Humanos 2021 prevê participação das famílias
Projeto pedagógico do 9º ano EF estimula protagonismo dos alunos, desenvolvimento de competências e interação com comunidade escolar
Com tema “Educação em Direitos Humanos e as Interculturalidades”, os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental (EF) do Colégio Antônio Vieira deram início, este mês, às atividades do projeto pedagógico da série: Movimento Direitos Humanos (MDH). A proposta visa protagonizar ações educativas “que promovam o desenvolvimento de competências para a formação integral de sujeitos sociais, além de aprimorar as habilidades que possibilitem a coexistência respeitosa entre indivíduos de nacionalidade, cultura e religiosidades diferentes”, como explica a coordenadora pedagógica da série, professora Vânia Virgens.
Como ressalta a professora Vânia, a reflexão sobre a temática faz-se cada vez mais necessária nos dias atuais. “Quando a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou, em 10 de dezembro de 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, buscava, entre outras coisas, promover entre todos os povos e todas as nações o reconhecimento da dignidade humana e a garantia de seus direitos. No Brasil, país que sempre se caracterizou por uma ampla diversidade, as questões ligadas aos Direitos Humanos vêm assumindo um espaço privilegiado nas discussões da sociedade. O diálogo com as diferenças e todos os conflitos oriundos delas são um compromisso dos educadores. É por isso que, implicados com a Pedagogia Inaciana e abraçando a educação como um bem maior, estimulamos o protagonismo do aluno no sentido de conhecer o contexto e refletir sobre o tema para planejar ações em prol da construção da realidade desejada”, pontua.
ETAPAS DO PROJETO
A coordenadora cita ainda o jurista, professor universitário e escritor Dalmo de Abreu Dallari que afirma que “os estudos e as discussões sobre direitos humanos são importantes na medida em que contribuem para afastar obstáculos à sua efetivação ou para estimular a sua defesa, o que só acontece quando, além do interesse teórico, há um efetivo compromisso com a prática”. A leitura da obra “Direitos Humanos e Cidadania”, de Dallari, será o pontapé inicial das atividades previstas pelo projeto que prevê ainda a divulgação de trabalhos com estímulo à criatividade e uso responsável das redes sociais, além de roda de conversa virtual com familiares dos alunos, estudiosos das temáticas que envolvem os Direitos Humanos.
PARTICIPAÇÃO DAS FAMÍLIAS
No ano passado, o MDH foi realizado pela primeira vez em versão virtual, superando as expectativas. Para a psicóloga e doutora em Saúde Pública, Anamélia Franco, mãe de aluno atualmente na 1ª série do Ensino Médio, “o projeto MDH é super importante, significativo, contemporâneo e sintonizado com a vida inspirada em Santo Inácio”, como afirma, completando: “Os estudantes se envolvem com um tempo contemporâneo, reconhecem sua complexidade, colocam-se ativamente na conquista do conhecimento e dimensionam a responsabilidade que têm com a realidade”.
Também mãe de aluno do Vieira, a economista, advogada e servidora pública do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Ana Carina Maia, acredita que se faz necessário relacionar os direitos humanos aos direitos relacionados à garantia de uma vida digna a todas as pessoas. “De uma maneira bastante especial o projeto provoca questionamentos aos adolescentes de hoje para que façam do amanhã um mundo melhor. Um mundo onde se respeite o ser humano, onde a vida seja o nosso bem maior”, diz. Tanto Anamélia quanto Ana Carina participaram, no ano passado, da etapa de roda de conversa virtual, expondo temas em suas áreas.
A aluna Waleskca Ribeiro, atualmente na 1ª série EM, gostou do projeto, sobretudo, da última etapa. “A roda de conversa é uma forma importante de análise, desenvolvimento de nossa postura e dicção, como também nos auxilia a nos tornar mais crítico e participativo a respeito dos nossos direitos”, avalia. Para este ano de 2021, o projeto também prevê a participação das famílias dos alunos e “deve avançar ainda mais, no sentido de oferecer aos estudantes a oportunidade de se apropriarem da leitura e da escrita enquanto instrumentos de aprendizagem de vários conteúdos, habilitando-os a usar competente e eficazmente essas ferramentas de forma a contribuir para seu êxito escolar no presente e no futuro”, acredita a coordenadora pedagógica, professora Vânia Virgens.
A professora Vânia destaca a importância do envolvimento da comunidade educativa na proposta, citando o historiador Genilson Marinho: “A Educação em Direitos Humanos vai além de uma aprendizagem cognitiva, incluindo o desenvolvimento social e emocional de quem se envolve no processo de ensino e aprendizagem e deve ocorrer na comunidade escolar em interação com a comunidade local”. Marinho é autor do livro “Educar em Direitos Humanos e Formar para Cidadania no Ensino Fundamental”.
Fotos: Acervos pessoais e Secom Vieira
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