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17.01.22

ARTIGO – O papel da Arte e da Música para uma formação integral

Professoras destacam importância das disciplinas no currículo do Vieira

ARTIGO – O papel da Arte e da Música para uma formação integral

Por Anna Oliveira, bacharela em Artes (Ufba), licencianda em Artes Visuais (Unifacs) e professora de Artes no Colégio Antônio Vieira; e Letícia Lopes, licenciada e mestra em Educação Musical (Ufba), coordenadora do Departamento de Artes e Música do Vieira.*

Falar sobre Artes Visuais e Educação Musical no contexto escolar é algo encantador e muito potente. Atualmente, no Colégio Antônio Vieira, temos as arte-educadoras Anna Oliveira, Camila Govas, Camila Paes, Joelma Serra e Joseneide Miguez, que atendem os alunos do Fundamental 1 aos 6º e 7º anos da nossa comunidade educativa. Na equipe de Música, temos os professores Carmelito Lopes, Letícia Lopes, Poliana Coelho e Ronaldo Oliveira, que também atendem às mesmas séries citadas acima. Embora cada disciplina tenha suas especificidades, no Vieirinha, elas sempre caminham de mãos dadas, buscando uma Educação Artística e Musical integrada e alinhada com os princípios da Pedagogia Inaciana para uma formação integral. 

Dialogar com o mundo a nossa volta, e a sua capacidade de se metamorfosear a cada instante, é mais do que entender a sociedade em que vivemos: é compreender a pluralidade do ser humano. E a arte, sendo reflexo da história, da cultura e do tempo em que foi criada, destaca-se como uma área do conhecimento com incríveis potências poéticas de aprendizagem. O ensino da Arte, na comunidade vieirense, tem como princípio não só exercitar as habilidades motoras, mas proporcionar uma força para entrelaçar o racional e o imaginativo, estimulando a comunicação e a expressão de sentimentos de cada criança. As aulas de Arte são feitas de momentos de apreciação, diálogo, pesquisas, brincadeiras e processos artísticos. O fazer artístico passeia entre o desenho, a pintura, a colagem, a dobradura, dentre outras técnicas, resultando em exposições que encantam as paredes e quadras do Colégio Antônio Vieira. Aqui se ensina mais do que saber distinguir uma cor, um pincel ou uma técnica: as nossas crianças experimentam diferentes formas de expressão artística, fazendo uso sustentável de materiais, cultivando o imaginário e levando o olhar sensível da infância para a vida. 

Anna Oliveira e Letícia Lopes assinam o artigo.

Acreditando na potência da Educação Musical no currículo escolar e amparados pela Lei 11.769, promulgada em 2008, que tornou obrigatório o ensino de Música nas escolas, os professores entendem que, em nossa sociedade contemporânea, a música tem exercido uma função que vai além dos aspectos musicais. Sendo assim, a prática musical também pode ser um momento de quebrar barreiras criadas pela cultura do individualismo, nas quais as pessoas pouco se olham e nunca têm tempo para o outro. Souza (Souza. J. Educação Musical e práticas sociais, Revista da Abem, 2014), grande referência nesta área do conhecimento, acredita que é importante não desassociar o ser social das aulas de Música ou de qualquer processo de ensino e aprendizagem. Ela ressalta a importância de trazermos a vida cotidiana dos estudantes para as aulas, validando a singularidade dos envolvidos e as experiências vividas dentro e fora do ambiente educacional. Entendendo que a Música não se faz sem as pessoas que através dela se mostram, as aulas são planejadas de forma que docentes e discentes criam, cantam, tocam e constroem saberes musicais coletivos que extrapolam as salas de aula e invadem palcos, pátios e até mesmo as quadras do Colégio Antônio Vieira.

ALIMENTO DA ALMA 

Segundo a frase atribuída a Friedrich Nietzsche, “a arte existe para que a realidade não nos destrua”, e nós nunca tivemos tanta certeza disso desde o início da pandemia. As consequências físicas e psíquicas do isolamento social são muitas. Diante deste contexto, certamente, a arte se destacou com um papel fundamental não só para nos entreter, mas também para alimentar a alma frente a tantas incertezas que vivenciamos. Nossa comunidade escolar como um todo passou por muitos desafios. A princípio, para os professores de Artes e Música, era impensável construir saberes artísticos sem o contato presencial. Vivemos o inédito por muitos meses e, como em todas as outras áreas do saber, tivemos que nos reinventar e nos deparamos com vários “eus” que existem dentro de nós – alguns, inclusive, que nem conhecíamos. Foram muitas horas pensando em como entregar aos nossos meninos e meninas os conteúdos dessas disciplinas, sem perder a leveza e o fazer artístico. Aos poucos as coisas foram tomando forma: aprendemos a gravar e editar videoaulas, buscamos aprofundamento teórico para que as aulas on-line tivessem “a nossa cara”, e, com uma boa dose de criatividade, amor e parceria, o trabalho fluiu! 

Se, no contexto presencial, as duas disciplinas caminhavam de mãos dadas, no período remoto nós nos abraçamos. Foi unindo saberes e fortalecendo os vínculos que muitas ideias funcionaram em um ano tão diferente. Assim nasceu, por exemplo, “Quem é você no mundo das Artes?”. Uma galeria virtual que surgiu a partir do desejo de fazer algo inédito e animado para celebrar a Semana da Criança [em 2020]. Em meio à chuva de ideias na equipe de Artes e Música, surgiu a proposta de uma brincadeira para encenar releituras de obras artísticas por meio da fotografia, utilizando a sensibilização de um vídeo com a encenação de todos os professores(as) de Artes e de Música do Vieirinha. A animação tomou conta e, durante a troca com o grupo, definiu-se por estimular nos alunos inspirações em uma obra artística ou em um artista musical. Dessa maneira, a proposta ganhou forma, cor, rostos e sentido, refletindo através das crianças o quanto a Arte e a Música estão dentro de cada um de nós de forma tão significativa. 

Fica evidente, portanto, que o ensino de Artes Visuais e de Música no Colégio Antônio Vieira consiste em desenvolver competências e habilidades nessas áreas do saber, estimulando um olhar crítico e perceptivo sobre a vida. Entendemos que o fazer artístico pode e deve ser um fio condutor para que as nossas crianças e adolescentes compreendam não só a humanidade, mas também todos os “eus” que habitam em cada um de nós, dando-lhes voz e cores para seguir como agentes transformadores do mundo a nossa volta.

*Artigo publicado na edição 2021 da Revista Vieirense: https://issuu.com/colegioantoniovieira/docs/vieirense_-_edi__o_dau__r10
Aguarde: em breve, a edição 2022!

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