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01.10.21

Fundador da sede do Vieira no Garcia é homenageado em Portugal

Evento em Foz do Douro, no Porto, celebra 155º aniversário de nascimento do Pe. Cabral, SJ

Fundador da sede do Vieira no Garcia é homenageado em Portugal

O legado do Padre Luiz Gonzaga Cabral, SJ, que foi um dos fundadores da sede do Colégio Antônio Vieira (CAV) no Garcia, ganha destaque neste dia 1º de outubro, quando o jesuíta completaria 155 anos, se estivesse vivo. Uma solenidade especial em Foz do Douro, na cidade do Porto, em Portugal – exatamente no casarão onde o padre nasceu, na rua que hoje é batizada com o nome dele –  terá descerramento de placa evocativa sobre a vida e a obra do ex-diretor do Vieira, além de conferência e lançamento do livro “O Pe. Luiz Cabral e Jorge Amado – Dos estreitos limites do internato, fui salvo pelo mar”, de autoria de Manuel Novaes Cabral, sobrinho-neto do jesuíta. 

A associação cultural portuguesa “O Progresso da Foz” é a promotora do evento e editora da obra. “Não podíamos deixar de vos comunicar este acontecimento, dado a ligação profunda do teólogo e orador ao vosso colégio”, disse Joaquim Pinto da Silva, presidente da associação. “O livro foi já inscrito, em 2011, no Boletim da Academia de Letras da Bahia e já enviei um exemplar para a biblioteca do CAV”, informa o autor, no e-mail em que convida a atual direção do colégio a participar do lançamento – o que não foi possível por conta da pandemia.   


ADMIRADO PELOS ALUNOS

Fundado em 1911, o Vieira teve duas sedes, ambas no centro de Salvador, antes de ocupar o prédio atual no bairro do Garcia. A pedra fundamental da construção da nova sede à época foi lançada, em 31 de julho de 1930, pelo então diretor do colégio, o Padre Antônio Pinto. No mesmo ano, o Vieira passou a ser conduzido pelo Padre Luiz Cabral, SJ, que ficou à frente das obras e da direção do colégio até o ano de inauguração do novo prédio no Garcia, em 1933. Antes mesmo de ser diretor, o Pe. Cabral, SJ, já despontava como um dos principais educadores do Vieira, tendo sido, por exemplo, professor de Literatura e Língua Portuguesa do escritor Jorge Amado e do educador Anísio Teixeira que, quando estudantes, foram alunos da instituição, ainda na sede antiga.

“Fala-nos de Anísio, nesse período, com extremo carinho, informando-nos haver ele chegado ao Colégio em 1915, acompanhado de seu irmão Jayme, e ter ali se aproximado desse fabuloso Pe. Cabral, que chegaria a considerá-lo como ‘a maior recompensa da nova vinda dos jesuítas à Bahia’, destacam os autores Waldir Oliveira e Edilece Couto, no livro Colégio Antônio Vieira – 1911-2011 (edição comemorativa do centenário da instituição). Veja outro trecho da obra que cita a admiração de Jorge Amado pelo padre e como o jesuíta profetizou a vocação do grande escritor baiano.

 
DESCOBRINDO VOCAÇÕES

“Iremos, a seguir, buscar na memória de Jorge Amado o que nela ficara gravado sobre o Pe. Cabral, e reencontrar a lembrança grata e carinhosa do seu querido mestre, nas belas páginas que escreveu em ‘O menino grapiúna’, recordando os dois anos durante os quais viveu como aluno interno, no Colégio Antônio Vieira. Disse, inicialmente, que – ‘aplaudido orador sacro, o Pe. Luiz Gonzaga Cabral era a grande estrela do colégio’; e que ‘a sociedade baiana vinha em peso ouvir seu sermão dominical’. Contou, a seguir, sobre um acontecimento que iria ligá-los para sempre, ocorrido quando o Pe. Cabral passara a ser seu professor de Português. No valioso depoimento, Jorge Amado falou sobre um dever passado pelo mestre para a classe, tendo por tema o mar, quando ele, em vez de tratar, como a maior parte dos seus colegas, dos mares nunca dantes navegados de Camões, preferira escrever sobre o mar de Ilhéus, do qual andava cheio de saudade.

Pe. Cabral levava os deveres para corrigir em sua cela. Na aula seguinte, entre risonho e solene, anunciou a existência de uma vocação autêntica de escritor naquela sala de aula. Pediu que escutassem com atenção o dever que ia ler. Tinha certeza, afirmou, que o autor daquela página seria no futuro um escritor conhecido. Não regateou elogios. Eu acabara de completar onze anos. (AMADO, 1982, p.127-128)”  


Antes de vir para o Brasil, o Pe. Cabral, SJ, foi Provincial da Província Jesuíta Portuguesa. Após um período de exílio na Espanha, chegou à Bahia em 1917. Como professor de Língua e Literatura foi também um incentivador das atividades artísticas, teatrais e literárias de seus alunos. Muito atuante na Congregação Mariana Acadêmica do Vieira, fundou o 1º Pensionato Mariano Acadêmico, tendo sido diretor do Vieira de 1930 a 1933. Faleceu na Bahia em 1939. 

Confira agora alguns registros do Pe. Cabral, SJ, no Vieira! 

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