Gincana do Projeto Migragente mobiliza jovens do Vieirão para crise humanitária dos refugiados
Tarefas revelaram engajamento e alto nível de aprendizagem entre estudantes da 1ª série EM
Após dois anos sem a Gincana Cultural do Projeto Migragente por conta da pandemia, os estudantes da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Antônio Vieira não economizaram dedicação e engajamento no retorno da competição, de forma presencial, agora em 2022 – tornando a iniciativa ainda mais enriquecedora para a aprendizagem sobre as migrações internacionais. Trazendo como pano de fundo a crise humanitária dos refugiados, a proposta pedagógica da Gincana do Migragente é um dos diferenciais de um currículo voltado para a formação integral, um marco da instituição.
A gincana foi realizada dos dias 23 a 25 de maio, mobilizando os jovens alunos, com tarefas em que eles puderam expor as aprendizagens obtidas por meio do projeto, tanto em sala de aula quanto nos textos e vídeos estudados sobre a temática. Os estudantes de todas as turmas organizaram-se em oito grupos, por cores. As tarefas – desde coreografias; jogos competitivos e esportivos; construção de mascotes, painéis e foguetes; a calorosos debates a partir de memórias vivas e análises partindo do mito grego da caixa de pandora – instigam a consciência crítica dos jovens, além de valores, como a solidariedade.
PARTICIPAÇÃO DE FAMÍLIAS
Houve também rodas de conversa sobre os diversos aspectos da crise dos refugiados, além de atividades lúdicas pautadas na cultura dos países mais afetados pelos conflitos das migrações internacionais, a exemplo do painel “Sabores do Estrangeiro” e a parte musical, como o “Canto dos Refugiados” – trazendo música completamente autoral dos alunos e paródias. Os alunos ainda se colocaram no papel dos refugiados e simularam manifestações por direitos, alertando toda a comunidade escolar para a crise humanitária. Uma das tarefas, sobre a árvore genealógica, previa a participação de famílias vieirenses com histórico de migrações internacionais. Elas expuseram seus testemunhos sobre desafios enfrentados para se estabelecerem em outro país.
Mãe vieirense, Jae Sen Lan falou sobre questões migratórias e elogiou tema da gincana
A coordenadora pedagógica da série, professora Léa Pontes, explica que, mais do que a competição, o objetivo maior da atividade é estimular o conhecimento de forma muito natural e com pleno envolvimento dos estudantes nas causas tratadas. Assim, não se prevê uma equipe vencedora como nas gincanas tradicionais, mas os desempenhos e tarefas cumpridas são avaliados, com notas, como parte do projeto que é transdisciplinar.
No encerramento da gincana, a coordenadora agradeceu o empenho de todos, inclusive das famílias que se envolveram ajudando os estudantes com as tarefas, ressaltando a proposta do projeto de “ampliar o repertório de forma crítica, humana e reflexiva, estimulando o trabalho cooperativo, o intercâmbio de ideais, troca de informações e a socialização de opiniões, como processo de aprendizagem, promoção do respeito e interação com os professores e colegas de outras turmas”. Já a orientadora educacional, a psicóloga Mara Raquel Valverde, declarou o quanto ficou “impressionada com a qualidade dos debates e apresentações”.
JOVENS VALIDAM
O estudante João Tertuliano Castro Neto gostou muito da experiência. Ele só lamenta não ter tido mais tempo para elaborar, com mais capricho, algumas tarefas solicitadas no dia. Quanto ao aprendizado, ele destacou: “A gente acaba desenvolvendo um pensamento crítico sobre como os algoritmos matemáticos afetam a nossa vida e afetam a vida também dos refugiados e pessoas que sofrem com esses estigmas”. O aluno revela ter gostado muito das apresentações dos diversos grupos: “Além da gente trazer nosso ponto de vista, a gente aprende com o que o pessoal fala e reflete junto, e essa reflexão não vai ficar só na gincana, deve decorrer durante todo o ano, durante todo o momento”.
“A Gincana Cultural do Migragente é uma ótima forma de extrapolar as paredes da sala de aula e promover outras atividades que também tragam um conhecimento, mas de um jeito ainda mais dinâmico, como parte de uma formação para o futuro. Afinal, são os estudantes que estarão à frente desse mundo, para poder trazer e promover essas práticas de cuidado, de acolhimento, também para os imigrantes. Então, é não somente pensar sobre, mas trazer soluções e até mesmo práticas para isso, refletindo também a partir de todas as dinâmicas que nós fizemos aqui na gincana”, declarou a estudante Ana Júlia Mendes.
Os estudantes Ana Júlia Mendes e João Castro Neto na roda de conversa
Sim, os alunos arrasaram. Veja agora mais momentos dessa gincana tão especial na nossa galeria!
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Fotos: Secom/CAV.
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