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O samba foi o compasso escolhido pelo Grupo Oração Pela Arte (OPA) para as novas canções que entraram, este mês, nas plataformas digitais, mais precisamente no dia 2 de dezembro, data-marco de homenagem ao ritmo no país. Trata-se de “Deus do Morro”, novo álbum do grupo que tem como propósito promover a oração por meio da arte.

O lançamento do trabalho acabou não sendo tão celebrado na data pela comunidade católica, devido à infeliz coincidência com a morte, no dia anterior, do querido padre jesuíta Casimiro Irala SJ, fundador do grupo. O religioso estava internado no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, em “grave situação de saúde”, como informou o Grupo OPA, em nota. “Ele deixa um legado importante na música e liturgia católica, responsável pela reforma nos cantos litúrgicos e na metodologia de evangelização de jovens no País”, completa o texto da nota.

O ÁLBUM

São nove faixas, todas entoadas no ritmo mais popular do Brasil e que traz uma aproximação nata com brasileiras, brasileiros de todas as idades e faixas sociais. “A intenção principal do álbum é evangelizar, ajudar a rezar através do samba; celebrar a alegria do encontro com Deus, com o outro e consigo mesmo em ritmo de samba”, explica Rodrigo Moraes, idealizador do projeto e compositor. A maioria das canções de “Deus do Morro” pode ser utilizada em missas, nas partes do rito, em cerimônias religiosas e eventos de evangelização.

Os arranjos e a direção musical são do cavaquinista Dudu Reis. Os arranjos vocais são de Alex Carlyle. As músicas têm como marco o canto coral, com participação de 17 músicos e cantores, entre eles Júnior Luiz, da banda baiana Batifun, que canta a música-título do álbum.

Com capa assinada pelo designer Hime Navarro, que traz a face de um Jesus Cristo negro no cenário de uma favela no morro, o álbum foi todo produzido em Salvador, cidade com maior presença afrodescendente do país, população que trouxe o samba para o Brasil como uma contribuição cultural importante. O estúdio foi de André Tiganá.

“Essa obra nos leva por uma experiência única com canções litúrgicas que além do rito, celebram a fé, a vida e a esperança. Tudo embalado na forma contagiante do samba”, diz Luisinho Vieira, membro do OPA e um dos compositores.

O GRUPO

Fundado há 48 anos pelo padre Irala, o Grupo OPA reúne artistas e amadores, amantes das artes, de diversas idades, provenientes de mais de vinte cidades brasileiras, com a proposta de levar a oração por meio das diversas manifestações artísticas. As composições são produzidas durante encontros regionais e nacionais que realizam anualmente.

Nomes de peso fazem e já fizeram parte do grupo, a exemplo dos publicitários Nizan Guanaes, Sérgio Valente e PC Bernardes, o dançarino Antrifo Sanches, entre outros. Como instituição jesuíta, o Colégio Antônio Vieira, que também publicou nota de pesar pela morte do padre Irala, SJ, valoriza as iniciativas do OPA, hoje também integrado por um dos pastoralistas do colégio, Rafael Nascimento.

Ao longo dos anos, são mais de duas mil canções, textos, coreografias, fotos, roteiros, todos produzidos com o propósito de viabilizar uma experiência com o divino por meio das diversas manifestações artísticas. No caso de “Deus do Morro”, a produção busca promover uma linguagem voltada para todos; visando perpassar o ambiente litúrgico e chegar à alma dos brasileiros com o gingado do samba.

Com informações e imagens do Cannal
de Ideias e do Instituto Humanitas/Unisinos.