Lançamento da pedra fundamental do prédio do Vieira completa 90 anos
Comunidade educativa relembra início da construção das instalações no Garcia, terceira e atual sede do Colégio
Em meio aos muitos desafios advindos com a pandemia, 2020 foi, por outro lado, um ano muito especial para o Colégio Antônio Vieira, marcando os 90 anos de lançamento da pedra fundamental da sede atual da instituição. Mesmo sem a efervescência diária da aprendizagem e interação dos estudantes, professores e equipe de colaboradores em seus espaços, o prédio da escola teve, no dia 31 de julho, um aniversário mais discreto, sem maiores celebrações, como exigia o momento de precaução, mas sem deixar de ser enaltecido pela comunidade educativa. São, ao todo, considerando também a área externa, mais de 45 mil metros quadrados, onde se fincam as bases sólidas da formação integral de tantos jovens que fizeram e fazem a diferença no mundo contemporâneo, após terem estudado no Vieira.
“São poucas as instituições em Salvador que dispõem de uma área tão ampla e que, mais do que isso, também se configura como ambiente de aprendizagem, com opções diversas, que vão além das salas de aula”, destaca a diretora geral do Vieira, professora Mariângela Risério. Ela conta que, somente nos últimos cinco anos, o prédio e todo o terreno da escola passaram por vários projetos, criando novos espaços voltados para a educação do aluno do século XXI, mas sem, entretanto, deixar de preservar a riqueza histórica da arquitetura da fachada.
O Espaço Pe. KLein, SJ, com multiconfigurações de ambientes; as salas maker, para a cultura “mão na massa”; o bosque, com preservação de espécies da flora em extinção; a biblioteca com anfiteatro do Vieirinha; o novo refeitório equipado para estudantes do Vieirão e o multissensorial Espaço Criançando, com múltiplas potencialidades de aprendizagem para os alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental, “são alguns dos exemplos da constante ressignificação dos espaços e do projeto pedagógico da escola para o tempo presente”, como frisa a professora Mariângela.
HISTÓRIA
O prédio atual do Vieira é, na verdade, já a terceira sede do Colégio, desde a sua fundação pela Companhia de Jesus, em 1911. “Na sua fundação, começou a funcionar na Rua do Sodré, perto do Museu de Arte Sacra, em um prédio alugado. Como o lugar era muito úmido, logo foi transferido para a Piedade, naquela área onde hoje está o Shopping Center Lapa. Mas, considerado cada vez mais referência de qualidade, era cada vez mais procurado pelas famílias para matricular os jovens promissores e, como já não tinha mais espaço para ampliar, mesmo com o aluguel de construções vizinhas, procurou-se um terreno mais amplo até que foi encontrado esse, atual, na Fazenda Garcia”, conta o padre Geraldo de Almeida Coelho, SJ, um estudioso da história da Companhia de Jesus. Ele ingressou no Vieira, em 1955, onde estudou, residiu e trabalhou, tendo assumido, inclusive, o cargo de diretor administrativo.
Segundo as pesquisas do Pe. Geraldo, SJ, foi o então diretor do Vieira, o Pe. Luiz Gonzaga, SJ, o grande responsável pela aquisição, em 1926, do terreno no Garcia para as instalações do Colégio. “Confiante de que o terreno permitiria a realização plena da missão educacional do Vieira, ele investiu todos os recursos disponíveis à época”, conta o padre sobre a determinação do diretor. “Quatro anos depois, Pe. Gonzaga promoveu um grande evento marcando o lançamento da pedra fundamental, ou seja, o início da construção do novo prédio, de forma tão representativa para toda a comunidade jesuíta que se deu no dia 31 de julho de 1930, como parte das comemorações do Dia de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus”, conta Pe. Geraldo, SJ.
Se das primeiras sedes, destacam-se ex-alunos ilustres, como o educador Anísio Teixeira e o escritor Jorge Amado; no prédio atual, os estudantes também vêm construindo ricas aprendizagens e reais valores de uma formação integral que os tornam notáveis em suas carreiras nas mais diversas áreas, a exemplo do ex-governador Roberto Santos, o ator Daniel Boaventura e o escultor Mário Cravo, dentre tantos ex-alunos que consolidam a identidade vieirense como um diferencial para trilhar histórias de sucesso, como a do próprio Colégio.
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